O governo estadual vai apresentar, no próximo dia 30, um plano para padronizar os incentivos fiscais oferecidos às grandes empresas que se instalam em Minas Gerais. Hoje, de acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Altamir Rôso, existem em Minas 4 mil regimes diferenciados de tributação.

“O benefício será de acordo com cada setor, dando mais transparência ao processo. Além disso, as empresas vão competir de igual para igual no mercado”, afirmou, durante a inauguração nesta quinta-feira (11) da nova fábrica da Coca-Cola Femsa, em Itabirito, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

O assunto foi tema de audiência pública realizada no início de maio. Empresas que já tinham assinado protocolo de intenção, mas ainda não haviam iniciado as obras, estavam apreensivas sobre a possível perda dos benefícios oferecidos. “O que foi combinado e assinado não será alterado”, garantiu Rôso.

Esse tipo de incentivo é moeda de troca para que indústrias de grande porte, como a própria Coca-Cola, se instalem no Estado. “A Coca-Cola, por exemplo, vai gerar 600 empregos diretos e cerca de 3 mil indiretos”, comenta o secretário. A planta, que ajuda a diversificar a vocação minerária de Itabirito, recebeu investimentos de US$ 258 milhões.

Derivados do leite

Instalada em um terreno de 320 mil metros quadrados, a planta de 65 mil metros quadrados da Coca-Cola Femsa já nasce com pretensão de crescer. Embora no local seja fabricado apenas refrigerante, produtos derivados do leite são uma aposta para o futuro, conforme afirma o CEO da Coca-Cola Femsa, John Santa Maria.

“Não pensamos em leite fresco, que precise de refrigeração, mas em longa vida”, pondera. A mexicana Femsa possui duas companhias de lácteos no Panamá e no México.

Na primeira fase de operações da unidade de Itabirito, oito linhas de produção de refrigerantes serão implantadas. Quatro já estão operando a pleno vapor e outras duas estarão funcionando até o final do ano. As duas restantes serão integradas no curto prazo.

A expectativa é a de que a produção em Itabirito seja 50% maior do que a registrada na antiga planta de BH. Quando a capacidade máxima for atingida, o volume será 152% maior.

No futuro, de acordo com o presidente da Coca-Cola Femsa no Brasil, José Ramon, há possibilidade de dobrar a capacidade produtiva, de 2,1 bilhões de litros por ano, chegando a 4,2 bilhões anuais.

A planta que funcionava em Belo Horizonte foi desativada. Cerca de 150 funcionários da empresa foram transferidos para a nova unidade. No local, funcionará um Centro de Distribuição (CD), que também vai gerar novos empregos.

“Sobre a crise, temos que examinar se o mercado é atraente a médio e longo prazo. E vemos no Brasil potencial de crescimento” John Santa Maria – CEO da Coca-Cola Femsa.

Fonte: Jornal Hoje em Dia

Data: 12/06/2015